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CIRURGIA ROBÓTICA PARA TRATAMENTO DA ENDOMETRIOSE


Uma mulher que sofria por sua infertilidade, obstrução do fluxo urinário e risco iminente de perder um rim foi submetida a uma cirurgia robótica para tratamento de endometriose profunda na Bahia no Hospital São Rafael (HSR). Juntos, os cirurgiões do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR), das áreas de ginecologia, urologia e coloproctologia, removeram todos os focos de endometriose, com o auxílio do robô Da Vinci, da paciente que tinha intestino e ureter – conduto que permite o escoamento da urina da pelve renal para a bexiga – acometidos pela doença.

Enquanto nos Estados Unidos, a maioria das cirurgias para tratamento da endometriose já é feita na modalidade robótica há alguns anos, na Bahia isso só foi possível recentemente devido à chegada   da plataforma – no primeiro semestre deste ano ao Hospital Santa Izabel (HSI), que acaba de atingir a marca de 100 cirurgias robóticas, e neste segundo semestre ao HSR.

A cirurgia robótica ganha espaço dia após dia no Brasil, tornando intervenções cirúrgicas complexas cada vez mais fáceis, já que ela permite ao médico uma visão em três dimensões (3D) ampliada em 10 vezes, é marcada por movimentos mais precisos e traz menos morbidade para as pacientes que, em geral, recebem alta hospitalar no dia seguinte ao procedimento. Além de menos riscos de complicações, a cirurgia robótica caracteriza-se por menores taxas de sangramento e dor no pós-operatório e pela recuperação mais rápida.

O diretor de Urologia do IBCR, Leonardo Calazans, explica que a cirurgia robótica é uma evolução da videolaparoscopia, procedimento minimamente invasivo usado no tratamento da endometriose. “Enquanto na cirurgia laparoscópica o cirurgião precisa segurar as pinças, na cirurgia robótica ele comanda os instrumentos remotamente, sentado, sem tremor. Além disso, somente as pinças robóticas têm rotação semelhante a um punho, o que facilita, por exemplo, suturas muito delicadas”, detalha o especialista.

Sobre a doença

A endometriose é uma doença crônica inflamatória que acomete entre 10 e 15% das mulheres em idade fértil (15 a 49 anos). Ela se manifesta quando fragmentos de tecido endometrial não são expelidos pela menstruação e acabam migrando para outras regiões do corpo pela corrente sanguínea, tais como bexiga, trompas, ovários, intestino, apêndice, pulmão e até mesmo o cérebro, entre outros.

De acordo com o ginecologista e diretor de ginecologia do IBCR, Marcos Travessa, da mesma forma que o endométrio que está na cavidade uterina cresce como resposta aos hormônios femininos, o endométrio ectópico (localizado fora do seu local habitual) também aumenta de tamanho. “Quando está no útero da mulher que não engravidou, o endométrio se descama e sai em forma de menstruação, voltando ao seu estado normal, porém, quando esse tecido se aloja em outras partes do corpo ele não tem como sair e acaba ‘sangrando para dentro da cavidade abdominal’, gerando um quadro de dor acentuada”, detalha.

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